segunda-feira, 19 de julho de 2010

Provérbios do inferno



No tempo de semear, aprende; no da colheita, ensina; deleita-te no inverno.
O caminho do excesso conduz ao palácio da sabedoria.
A prudência é uma solteirona rica e feia, cortejada pela incapacidade.
Quem deseja e não age, gera pestilência.
Atira dentro do rio quem gostar de água.
Jamais se torna estrela aquele cujo rosto não irradia luz.
Conta, peso e medida são para o ano da escassez.
Persistisse o louco na loucura, ele encontraria a sabedoria.
Loucura, máscara da patifaria.
Pudor, máscara do orgulho.
Orgulho do pavão, glória de Deus; lascívia do bode, munificência de Deus; ira do leão, sabedoria de deus; nudez da mulher, trabalho de Deus.
Os rugidos do leão, os uivos do lobo, o furor do mar tempestuoso e a espada aniquiladora são parcelas da eternidade, demasiadamente grandes para o olho do homem.
As alegrias fecundam; as dores dão à luz.
Ave: ninho; aranha: teia; homem: amizade.
Se estiveres sempre decidido a revelar a tua opinião, o torpe te evitará.
Tudo o que for possível de ser acreditado é um reflexo da verdade.
De manhã, pensa; ao meio-dia, age; à tarde, come; à noite, dorme.
São mais sábios os tigres da ira, do que os cavalos da educação.
Conta como certo o veneno da água parada.
Só podes conhecer o que é suficiente se conheceres o que é mais do que suficiente.
Fraco de coragem, forte de astúcia.
Se os outros não fossem néscios, nós o seríamos.
Alma de prazer delicado não pode se conspurcada.
Maldição ata; bênção desata.
Cabeça: o Sublime; coração: o Patos; genital; Beleza; pés e mãos: a proporção.
Ar para o pássaro. Mar para o peixe; desprezo para o desprezível.
O corvo quer tudo preto; a coruja tudo branco.
Exuberância e beleza
Melhor matar uma criança no berço que acalentar desejos inativos.
O bastante; ou o Demasiado.
                                                                 William Blake